Começar X Recomeçar

POR LUCIANE CASANOVA – E de repente você tem aquele start. Eu quero correr. Eu vou correr! Quero emagrecer, quero parecer a mais saudável de todas as pessoas, quero participar de uma prova de 5km, de 10km, quero virar ultramaratonista. O asfalto não tem limites! Camisa nova, short novo, top tênis, playlist pra lá de animada. Tudo é tão novo, tão desafiador. E as pessoas quando te encontram sempre colaboram ou não: ”Nossa, como você está magra! Tá doente?”, “ Não acha que está exagerando, não? Conheço uma pessoa que de tanto correr, hoje sente dores horríveis”. Mas e daí? Pouco importa. Você está firme no que quer, motivado, até porque é difícil não se motivar quando realmente temos nossos objetivos bem traçados, não?joelhos

Pois é, deveria ser assim. Até que, num treino mal feito, num movimento equivocado, num excesso de vontade, você se machuca e a temida frase do médico vem como um verdadeiro Tsunami: “Infelizmente as notícias não são boas, temos aqui uma lesão”.

E então, cadê toda aquela motivação? Simplesmente ficou há 10.000 km atrás. Não é mesmo fácil começar a correr, mas, pior do que o começar, é o recomeçar, retomar de onde parou ou mesmo anular tudo o que foi feito e partir do ponto zero.

E isso é mais normal do que podemos imaginar, sabe por que? Porque em situações difíceis é muito mais fácil acharmos motivos para desistir do que para continuar. Comigo aconteceu assim. Em meados de 2011 tive a Síndrome do Piriforme. Insisti em correr porque acreditava que o problema não seria tão grave, mas era. Fiquei de molho 3 meses e neste período em nenhum momento me imagina ouvindo Iron Maiden em minha playlist, correndo feliz em contente pela orla da praia ou cruzando a linha de chegada de uma prova. Muito pelo contrário, foram verdadeiros dias de trevas. Tudo o que passava pela minha cabeça era: “Nunca mais poderei correr”, “Está tudo acabado, liquidado, thats all folks”. Esqueci completamente todos os obstáculos que ultrapassei durante todos os anos em que corri e me deixei levar apenas pelo fato de que eu estava lesionada. Chorava constantemente, não suportava ver gente correndo. Até que criei um grupo de Corridas, o Amantes da Corrida, peguei a contramão da coisa e pensei: ”Preciso encontrar motivação, preciso motivar”. E foi justamente aÍ, que tudo clareou. A motivação estava mais perto do que eu imaginava. A motivação era eu.

Todo corredor tem um guerreiro adormecido dentro si. E acreditem, saberão exatamente a hora certa em despertá-lo. Não importa por quanto tempo terão que ficar parados, não importa por quantas sessões de fisioterapia terão que passar, muito menos quanto tempo levará para você alcançar o estágio em que parou. Tudo é uma questão de tempo, de aceitação. Lembrem-se que o start já foi dado lá atrás e o game over não existe.

Inspirem-se, motivem-se!

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