O trabalho de força auxilia na melhora da economia de corrida

POR DANIELA BARCELOS – O que determina o melhor rendimento de um corredor pode ser demonstrado por parâmetros matemáticos e por parâmetros fisiológicos.

Com relação aos parâmetros fisiológicos, corredores de elite apresentam valores de VO2max, Limiar de lactato mais altos e uma melhor economia de corrida.

Estes três fatores são identificados em 100% dos corredores de alto nível, porém um destes componentes faz com que alguns se sobressaiam mais e se tornem os melhores do mundo.

A Economia de Corrida é este fator. É o nome dado à maior redução de gasto de energia possível para correr em uma determinada velocidade submáxima. É a capacidade de correr grandes distâncias com menos esforço.

Para explicá-la, utilizarei um exemplo:

Dois corredores possuem o mesmo VO2max e o mesmo Limiar de lactato, porém um deles utiliza uma menor quantidade de oxigênio (mais econômico) para correr na mesma velocidade que o outro corredor.

Desta forma, este que utiliza a menor quantidade está mais abaixo do VO2max que o outro corredor.

Para nós, corredores amadores, o que podemos fazer para aprimorar a nossa economia de corrida?

Uma resposta seria inserir treinamento com pesos e um trabalho de mecânica de corrida. Isso pode ser um ponto inicial e crucial neste aprimoramento.

Estudos comprovam que o treinamento resistido auxiliam na melhora do componente elástico da musculatura, auxiliando na mecânica e eficiência dos movimentos, tornando o corredor mais eficiente e econômico. (Sports Med 2003, 33(7), 539-552) – The Impact of resistance training on distance running performance.

Inserir uma a duas sessões semanais de treinamento resistido, pode auxiliar o corredor a melhorar este aspecto, juntamente com os treinos de corrida específicos que contribuem para este fator.

O treinamento de força melhora a economia de corrida porque os reflexos do sistema neuromuscular são melhorados.

Antes do pé tocar o chão durante a corrida, há uma pré-ativação muscular para aumentar a rigidez do pé e das articulações envolvidas, que serve para absorver melhor o choque e ajudar o sistema músculo-tendínio a armazenar mais energia (componente elástico). Com essa pré-ativação, o tempo de contato do pé no chão é reduzido, aumentando a cadência e agilidade no movimento, e assim o desempenho, melhorado.

Uma ótima sugestão são os treinos em circuito, mesclando em uma série de dois ou mais exercícios. Esta estratégia mostra mais resultado em corredores treinados e também em iniciantes.

Converse com seu treinador e inclua esta estratégia em seu planejamento. Isso pode te ajudar a alcançar seus objetivos na corrida.

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