Para uma iniciante, pé na areia é desafio dobrado

Mariana Mallet, estudante de jornalismo e iniciante na corrida, conta como foi participar da prova Run & Life 2018 – Outubro Rosa.

É quase que natural andar com os pezinhos na água, sentindo a brisa salgada refrescando os pulmões da poluição diária da cidade grande. Agora, correr cinco quilômetros no areião do Jockey Club de São Paulo é mais difícil do que imaginava. Confesso que subestimei a prova – ou superestimei meu preparo físico -, afinal, cinco quilômetros eu faço com minha cachorra na coleira e nem percebo. Ledo engano.

Na primeira volta me sai bem. O chão ainda era asfalto e, apesar da escuridão e de alguns buracos na pista, consegui tirar de letra. Nessa eu bato meu limite de tempo, pensei. Até que chegou a vez do campo de areia. Foi como se tivesse ganhado uns três quilos em cada perna, meus passos pesavam. Nem tudo conspirou contra mim: o clima estava agradável, mesmo que o ar de São Paulo não seja aquela maravilha; e meu Meraki, da 361°, foi um grande parceiro durante a prova.

De qualquer forma, encarei como um desafio. Aliás, qual seria a razão dos nossos dias se tudo fosse absolutamente linear e fácil? Depois de 40 minutos cheios, finalmente cruzei a linha de chegada. Não importa que quando estava na metade do percurso, ouvi anunciarem o primeiro colocado. Me senti uma vencedora e, de fato, fui. Correr por uma causa – no caso, pela prevenção ao câncer de mama -, me faz uma vencedora. Assim como enfrentar novos obstáculos e, por fim, superá-los.

No entanto, preciso ressaltar que este meu pensamento de campeã é um tanto quanto recente. Por ser uma corrida noturna, passei a tarde de sexta-feira no Jockey. Fazia calor, peguei um sorvete e me acomodei na arquibancada para assistir as palestras promovidas pela Run & Life 2018- Outubro Rosa. Não costumo ser uma das melhores ouvintes desse tipo de conversa, mas dessa vez foi diferente. Deixou marca. Acho que era tudo que eu precisava ouvir naquele momento e talvez, se não tivesse prestado atenção, provavelmente não estaria tão realizada em ter completado os árduos cinco quilômetros, mesmo que em um tempo maior do que de costume. Eu realmente mereci uma medalha – e aquela banana pós prova também, afinal, ninguém é de ferro.

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