Campeã da São Silvestre e referência nacional no atletismo de rua, Maria Zeferina Baldaia é também símbolo de força fora das pistas. No Dia das Mães, sua história ganha contornos ainda mais emocionantes: grávida na juventude, Zeferina enfrentou sozinha uma gravidez indesejada pelo companheiro — e não hesitou em bancar sua decisão, se despedindo do ex-companheiro. Criou o filho sozinha, com garra e coragem, e o viu crescer, calçar o tênis e correr ao seu lado durante parte da adolescência. Hoje, o jovem se dedica ao curso de Direito.
A maternidade, para Zeferina, também é um elo com outras mulheres: além da própria mãe, que conta no documentário, “Zeferina – Maria Brasileira”, detalhes inéditos e impressionantes do parto de Zeferina — ocorrido à beira de um riacho, com parto pélvico e cordão umbilical enrolado no pescoço —, a atleta tem se tornado referência e inspiração para mães que treinam com ela nas ruas de Sertãozinho. “”O Dia das Mães dela se faz presente na companhia do filho, da própria mãe e dessas mulheres que treinam lado a lado, todas unidas pela força da maternidade e do esporte. É uma história de recomeços, coragem e muito amor — um amor que corre junto e deixa o preconceito para trás”, destaca Lucas Bretas, diretor do filme, que acompanha a maratonista há meses e passou a conhecer detalhes importantes sobre a vida da atleta.
Documentário: “Zeferina – Maria Brasileira”
No embalo das novas filmagens do documentário Zeferina – Maria Brasileira, dirigidas por Lucas Bretas e com estreia prevista para dezembro de 2025, mês em que será realizada a centésima edição da Corrida de São Silvestre, a trajetória da maratonista Maria Zeferina Baldaia volta aos holofotes. A produção da Grattitude Films vai reunir depoimentos de figuras importantes da vida da atleta — como sua mãe, filho e marido — e também planeja gravações internacionais com grandes nomes do atletismo em países como Portugal e Quênia, onde vivem atletas que inspiraram ou competiram ao lado de Zeferina. Em Portugal, a meta é registrar o depoimento de Rosa Mota, seis vezes campeã da Corrida de São Silvestre e medalhista de ouro na maratona olímpica de Seul em 1988. Já no Quênia, a intenção é entrevistar Margarete Okayo, atleta queniana que disputou a vitória da São Silvestre de 2001 com Zeferina
Para o diretor do documentário, mais do que contar a história de uma campeã das pistas, o filme se propõe a retratar a força de uma mulher brasileira que venceu inúmeros obstáculos desde a infância até se tornar uma das únicas cinco mulheres brasileiras a conquistar a São Silvestre. Mesmo após a aposentadoria, Zeferina continua correndo, participando de provas, e emocionando fãs por onde passa. “Sua história de luta e superação inspira atletas profissionais e amadores — especialmente mulheres que, como ela, correm por seus sonhos todos os dias”, finaliza Bretas.