POR ANDREA FUNK – A experiência do Bota Pra Correr da Serra do Cipó (MG), prova que abriu as comemorações dos 50 anos da Olympikus, no último final de semana, foi uma das mais incríveis e desafiadoras destes meus 15 anos como corredora amadora. A minha “pista” sempre foi o asfalto, mas a proposta deste festival de corrida da marca de tênis 100% brasileira me levou a fazer a opção de, em alguns momentos, me aventurar pelas trilhas, para estar mais conectada à natureza, para vivenciar novas emoções. É uma forma de correr e de sentir a corrida.

Para enfrentar os 20km de trilha por este parque nacional, localizado em Minas Gerais, a apenas 2h de Belo Horizonte, tive como companheiro guerreiro o Corre Trilha 2 da Olympikus, que superou minhas expectativas. Arrebatadora no que diz respeito ao cenário – o paisagista Burle Marx nomeou a Serra do Cipó como “Jardim do Brasil” -, a prova foi bastante dura. Muito dura. Muito, muito, muito dura. A começar pela altimetria: já viu prova que mais desce do que sobe? Então, tivemos 500 m de altimetria acumulada (subida) e – pasmem – 900m de descida. Escrevo estas linhas ainda sentido nas pernas as dores (musculares) do esforço.
Mas voltando ao tênis: teve pedra, pedrinha, pedregulho, terra, lama, grama, água (atravessamos rios e cachoeiras) e tudo o que se pode imaginar de pisos. Secos e firmes, molhados e escorregadios, pois, em boa parte do percurso choveu, e muito!

Na minha avaliação, o tênis foi perfeito em cada momento da prova. Confortável, firme no pé, oferecendo segurança em cada passada e respondeu muito bem em cada tipo de piso. Mesmo molhado, não ficou pesado, e quando passou a chuva, secou rapidamente. Em nenhum momento fiquei com aquela impressão de pé ensopado. Extremamente respirável.
Eu já tinha experimentado o modelo em treinos (uns 60 km) e tinha ficado satisfeita com o teste, mas este que usei na prova foi direto da caixa, na retirada do kit, para os meus pés. Algo que não se deve fazer normalmente, pois não se estreia tênis em prova. Mas seu uso foi tão perfeito durante os treinos que acreditei que não precisava usar o “velho”, mas aquele que fazia parte do kit do corredor – aliás uma cor linda. E como dizem por aí: deu bom! Bom para mim: sem machucar, sem bolhas, sem torção, sem incômodo nenhum. Cruzei linha de chegada extasiada pela conquista!

Foi meu percurso mais longo em trilhas até o momento e esse companheiro foi nota 10. Com certeza o Corre Trilha 2 estará comigo em outras aventuras. E embora eu continue um ser do asfalto, quem sabe – e por que não? – de vez em quando posso dar um respiro para a alma e, ao invés de contemplar a natureza do asfalto, posso “entrar” no cenário e me sentir eu mesma parte daquele quadro vivo. O olhar, sem dúvida, é outro. Olhei. E gostei do que vi. Até breve, trilha!
Andrea Funk é jornalista, empreendedora e editora do portal Go Running (www.gorunning.com.br / @gorunningbrasil / @andreafunk10)