POR ANDREA FUNK
Domingo, 3 de março. Apesar do frio, Tokyo amanheceu com um céu azul maravilhoso e a previsão de que as temperaturas subiriam um pouco, saindo de 1º na largada e chegando a 10º, que foi a média nos dias anteriores. Um dia com ótimas condições para quem iria participar da Maratona de Tokyo, a primeira prova do calendário da Abbot World Marathon Major do ano. E lá estava eu, entre os 38.000 corredores. Era para eu ter corrido em 2020, mas a pandemia de coronavírus adiou o sonho por quatro anos, então a expectativa era grande.
Chegar até lá não é fácil: primeiro tem que conseguir a vaga: quando me inscrevi para o sorteio, foram 300 mil inscritos para 30 mil vagas! Ou seja, 10% de chance. Outras opções são as agências de turismo credenciadas ou correr por caridade. Depois tem toda uma preparação, inclusive a logística da viagem que não é das mais fáceis, afinal, vamos literalmente para o outro lado do mundo: 33h de viagem na ida e outras 33h na volta, um fuso horário de 12h, que é algo muito complicado (a volta é pior), e embora haja toda uma sinalização em inglês em Tokyo, ele falam muito mal este idioma, então há sempre uma tensãozinha toda vez que vai pegar o metrô, trem ou até Uber. Mas, em compensação se esforçam de forma absurda para te entender e ajudar. E acaba dando tudo certo.
Imagina, então, a adrenalina quando finalmente chegou o dia. Saí do hotel em que estava hospedada no bairro de Roppongi e fui me encontrar com os demais convidados da ASICS em um hotel que ficava em frente a largada e que foi o QG da marca na semana da corrida. Lá, pudemos deixar nossas bags que seriam transportadas para a loja da marca próxima da chegada, assim não seria preciso usar o guarda-volume da prova.
Lá estávamos nós: Marcel Agarie e Regiane Salomão (Mania de Corrida), Julia Sette e Luis Otávio, Daniel Costa (ASICS), Elisa Gattai (ASICS), Mikelle Coelho (Embaixadora ASICS) e Bruno Lessa. Pura animação! Alguns estreando na distância, outros buscando o RP, outros apenas querendo chegar!
Passamos pela entrada dos currais de forma tranquila, mas estávamos em locais distintos de largada, então acabamos nos separando. Achei a passagem mais tranquila do que em outras majors que participei, como Nova York e Chicago.
Aqueles momentos pré-largada são emocionantes demais! A gente pensa tudo e não pensa nada, só sente a emoção à flor da pele, aguardando o sinal para finalmente, depois de meses de muito treinamento, dieta, de abrir mão de muitas coisas pessoais, finalmente vai acontecer.
Percurso – Mesmo com alguns retornos, que nos faziam voltar pelo mesmo caminho, adorei o percurso, que, aliás, dava a impressão de estar sempre descendo. Muito poucas e mínimas subidas. Sem dúvida uma excelente opção para buscar um RP. Até o km 21 consegui manter o pace que meu técnico Wanderlei Oliveira tinha determinado – estava indo até um pouquinho mais rápido, mas, imprevistos acontecem e, a partir daí, senti dores no pé direito (fascite/tendão) que me fizeram diminuir, e muito, o pace, tendo, inclusive caminhado nas paradas de hidratação.
A hidratação foi ótima, embora seja apenas de um lado, o que faz com que o corredor preciso, às vezes, mudar um pouco a trajetória. Além de água, isotônico, banana, tabletes de açúcar e de chocolate.
Torcida Nota 10 – O pacato, educado e silencioso público japonês, que foi às ruas para assistir à maratona me surpreendeu: alegres, vibrantes, incentivando os corredores durante todo o percurso, nos chamando pelo nome e até fazendo high five!!
Queria um RP na maratona? Sim! Esta era a minha oitava, mas muito mais do que isso, queria me divertir. Correr maratona me faz sentir viva, empoderada, capaz de fazer qualquer coisa, com foco, determinação e resiliência. Eu tinha me proposto a não gravar ou fotografar no percurso, mas a lesão no meio do caminho me fez mudar isso e acabei fazendo umas paradas para alguns registros, como templos e uma torcida organizada do Super Mario, que gravei especialmente para a minha mãe que ama este game.
Cruzei a linha de chegada com dor, mas realizada e feliz! Peguei a medalha, fiz fotos e já saí de lá com vontade de voltar muito em breve! Dali segui para a loja da ASICS Run Tokyo Marunouchi, que recebeu os finishers. Além de pegar a mochila, era possível ainda tomar um banho quente e se trocar para enfrentar o frio do retorno ao hotel. Uma palavra define toda essa experiência: SENSACIONAL!
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MENTE SÃ, CORPO SÃO
A filosofia que norteia todo o trabalho da marca japonesa ASICS está baseada na expressa latina “Anima Sana In Corpore Sano”, que significa “mente sã corpo são”, que incentiva atletas profissionais, amadores e consumidores em geral e buscar o equilíbrio para alcançar seus objetivos, seja no esporte ou vida pessoal.
A Maratona de Tokyo, de quem a marca é patrocinadora oficial desde a sua primeira edição em 2007 é mais um incentivo baseado no conceito acima. Além disso, nos dias que antecederam a prova, a ASICS ainda organizou algumas atividades abertas ao público, como aulas de yoga e os Shake Out Runs (treinos).
Agradecimentos super especiais aos parceiros da Go Running neste Road to Tokyo: ASICS, Black Skull USA, Quickly Travel, Majors Brasil e Communica Brasil. Nada seria eu também nesta maratona sem meu técnico Wanderlei Oliveira e meu nutricionista Dereck Oak.
Essa medalha é de todos vocês!
Arigatô, Tokyo!