POR PAOLA NUNES – O desempenho na corrida é otimizado quando a alimentação é adequada, tanto em relação à distribuição dos macro-nutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos), quanto em micronutrientes, ou seja, vitaminas e minerais.
Entre os minerais, um dos mais importantes é o ferro. Uma vez que sua principal função está relacionada ao transporte de oxigênio. A maior parte do ferro encontra-se ligado à hemoglobina, presentes no glóbulos vermelhos (células do sangue) e uma menor quantidade está ligada a mioglobina (músculo). Portanto, o ferro participa de várias reações do metabolismo aeróbio, principal via de formação de energia utilizada durante a corrida.
A deficiência de ferro ocorre progressivamente e pode ser identificada de acordo com os sintomas. A avaliação pode ser feita por meio de exame de sangue e analisado por profissional capacitado. A depleção de ferro passa a comprometer a síntese de hemoglobina e, consequentemente a formação sanguínea. Desta forma, o fígado produz maior quantidade de transferrina, para transportar o ferro de volta para os ossos, o que caracteriza o segundo estágio da deficiência de ferro, em que há níveis elevados de transferrina e níveis reduzidos de ferro saturável na transferrina. Após esta fase, desenvolve-se um quadro de anemia, em que as células vermelhas do sangue apresentam tamanho reduzido e pouca quantidade de hemoglobina (que confere a coloração vermelha às células do sangue).
Os níveis de ferro podem estar reduzidos por alterações no consumo alimentar, excreção ou aumento do volume plasmático, o que leva a hemodiluição e diminuição dos níveis de ferro. Esta situação pode ocorrer em atletas, levando a anemia do esporte. Por isso, os atletas podem apresentar uma necessidade de ferro aumentada em relação à população sedentária.
A reposição de ferro, quando necessária, poderá melhorar significativamente as adaptações ao exercício aeróbio. Esse efeito se deve ao aumento da eficácia energética durante o exercício, a partir da suplementação de ferro.
Vale ressaltar que a suplementação deve ser feita a partir de acompanhamento com profissional capacitado, já que níveis elevados de ferritina podem elevar a produção de radicais livres.
Assim, contar com o acompanhamento nutricional garantirá níveis de ferro adequados por incorporar alimentos em boa variedade, evitando anemia por deficiência de ferro ou o excesso que pode sobrecarregar o organismo.
Alimentos que contêm Ferro e podem ser incluídos no plano alimentar do corredor:
Melado/Melaço de Cana
Açaí
Flocos de cereais
Feijão carioca
Feijão fradinho
Feijão jalo
Feijão rajado
Feijão rosinha
Feijão roxo
Lentilha
Tremoço
Sardinha
Gema de ovo de galinha
Amêndoa
Amendoim
Castanha de caju
Noz