Principais lesões na corrida e como evitá-las

Fisioterapeuta Laura Uehara e o treinador Vanderlei Severiano, Branca, participaram da palestra no IBE

Com o crescimento do número de adeptos a corrida de rua, aumentam também os índices de lesão entre os praticantes da modalidade. Especialistas afirmam que é importante disseminar a importância da orientação na prática do exercício e também a cultura de prevenção, para evitar que os corredores cheguem a lesões que irão acabar impedindo-os de correr por algum período ou até se tornarem crônicas.

“Infelizmente o brasileiro ainda segue a linha de reabilitação e não de prevenção”, diz a fisioterapeuta Laura Uehara, em palestra realizada no Instituto Branca Esportes (IBE). Outro problema percebido pelos profissionais é que como a corrida é uma ação normal, as pessoas acham que basta apenas calçar um tênis e sair correndo. “É importante ter um profissional orientando, independentemente se a pessoa busca na corrida qualidade de vida ou performance. Muita gente está sem lesionando porque está correndo errado”, diz o educador físico e treinador Vanderlei Severiano, o Branca, diretor técnico da Branca Esportes.

Segundo ele, mundo moderno também contribui para o surgimento de lesões. “Gerações mais antigas brincavam na rua, andavam descalços, praticavam varias modalidades e isso acaba preparando o corpo para atividades diferentes, com deslocamentos e forças diferentes, de impulso e força, por exemplo. Hoje quase ninguém mais nem caminha, tudo é feito de carro. É importante procurar variar ao máximo”.

Para o fisioterapeuta Renan de Araújo Calori, é importante perceber como está correndo e tentar corrigir os erros

Para o fisioterapeuta Renan de Araújo Calori, “a corrida por si só já é um gesto de repetição que tendo a causar lesões. Por isso é importante perceber como está correndo e tentar mudar. “Falta, por exemplo, uma melhor ação das mãos ou ombros? como posso corrigir? É aí que entra a percepção corporal de cada um e também a ajuda do treinador”.

Segundo estudos, as principais lesões  por número de incidência são: Fascite plantar, Tendinite de Aquiles, Estresse Tibial Medial (Canelite), Síndrome da Patela-Femural e Síndrome da Banda Iliotibial. “No caso de provas longas, as principais lesões observadas são nos tornozelos e pés”, diz Renan.

São diversos os fatores que podem levar a uma lesão, desde fatores ligados ao próprio indivíduo, como idade, sexo, componentes anatômicos, nível de habilidades, fator psicológico, composição corpórea; como fatores externos, ambientais:  quanto a pessoa corre, distância, tipo de tênis, ambiente (buraco, chuva), o próprio momento da prova – pode torcer o pé, forçar muito, etc.

Portanto, todos são suscetíveis a lesões. “Por isso que treino e planilha tem que ser individuais, pois cada um tem uma tolerância para dor. Tem gente que só de caminhar rápido acaba se lesionando, diz Laura. “Importante também dizer que o nosso corpo tem um histórico, uma memória. Às vezes a genética permite que não se lesione”.

Mas existe uma corrida ideal que vai evitar qualquer tipo de lesão?

Primeiro é preciso entender o que é correr. Trata-se de um deslocamento para a frente com velocidade e que tem uma fase área. Todo o controle é do sistema nervoso. Ao longo da vida, temos experiências mecânicas diferentes. No final cada um correr de um jeito, existem as variações de cada indivíduo. “Qualquer mudança que tire o alinhamento do corpo pode favorecer uma lesão. Pode ser um buraco na rua que faz você desalinhar, e impulsionar o corpo para a direita ou esquerda e provoca um desequilíbrio, por exemplo”, explica Branca.

“O que era bom há 5 anos, pode lesionar hoje”, diz Laura, que reforça a importância de um trabalho preventivo e de percepção corporal”.

Portanto, ninguém está livre de se lesionar. Importante seguir as orientações de profissionais para evitar que o problema se torne crônico e aí o trabalho para a recuperação será maior e o tempo longe das corridas também. Fique ligado, pois o corpo avisa!

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