POR LUCIANE CASANOVA – Há algum tempo atrás, em meados de julho/agosto de 2011, passei por uma fase pessoal muito difícil. Na ocasião eu estava disputando o Campeonato Santista e o Circuito das Praias em dupla, porém, devido aos acontecimentos, desisti do Circuito e corri o Campeonato por amor à equipe e ao esporte, porém totalmente desmotivada.
Eu queria treinar, mas não conseguia. Eu tinha vontade, mas estava paralisada. A mente, o psicológico foram mais fortes do que eu. Eu treinava 3 dias e ficava 15 sem correr. Foi em maio de 2012, quase 1 depois que senti de novo aquela vontade adormecida pulsar. Aquela coisa de querer treinar duro pra voltar ao tempo que eu considerava bom pra mim. E novamente fui surpreendida por uma séries de acontecimentos. Porém, não sei o por quê exatamente, ao contrário do que me aconteceu na 1ª vez, eu encarei a fase de outra forma, mais motivada, e descontei na corrida todas as minhas preocupações e aborrecimentos de forma positiva, diminuindo consideravelmente meu tempo em situações de stress.
O que eu quero dizer é que a mente pode trabalhar como uma forte aliada ou o sua pior inimiga. Quem nunca passou por coisa assim: treinou certinho, estava bem condicionado, ótima forma física, porém no dia da prova, foi surpreendido pelo nervosismo, ou pelo psicológico que te fez acreditar que você não iria conseguir?
Querem um dica? Conversem com ela. “Eu vou conseguir, treinei pra isso, fiz esse mesmo percurso em “x” tempo, vou fazer hoje também”. Parece meio coisa de maluco beleza, de quem vê duendes, mas é assim que deve funcionar quando queremos bons resultados, ou seja, manter total controle sobre o psicológico. Mostrar quem é que manda.
Quem corre maratona sabe bem o que é isso: a tão conhecida barreira dos 30km. Claro que todos nós temos nossas barreiras, assim como aquele que corria 5km e passou a correr 10k. “Será que consigo dobrar a distância? É o momento?”. E aquele que encara os 21km pela primeira vez ou segunda ou terceira…”Hoje tá quente, será que aguento ficar correndo por 2 horas?”…
E na boa, isso não depende de gente te apoiando não. Pode vim técnico, colegas, marido, equipe, pode vim o Gianequine ou a Juliana Paes te pegar pela mão, mas se naquele dia, o psicológico for mais forte do que você, todo os seu esforço vai por água abaixo. É a danada da barreira psicológica que nos trava de tal forma que nos sentimos, apesar do bom preparo, totalmente despreparados.
Geralmente o psicológico te atormenta quando em alguma ocasião, a coisa deu errado. Crie um mantra: “Eu consegui uma vez, vou conseguir de novo, vai ser rápido, vai ser rápido e quando mais rápido eu for, mais rápido terminará”.
Eu sei que é complicado conseguir pensar em alguma coisa boa durante um sofrimento, mas vocês conseguem. Se a prova for curta, pense ligeiro, bora que o percurso é rápido e vou acabar logo com isso. Se for prova longa, pense em várias coisas, vale até pensar nas tarefas do dia seguinte.
Qualquer tentativa é válida na luta contra a mente. O importante é não fraquejar, não se abater. Ainda que você quebre, ainda que não faça o tempo esperado, continue, mostre que apesar de tudo, você foi forte até o final e não desistiu fazendo o seu possível. Imagine a linha de chegada, visualize o momento que você zera o relógio, a dor existe muitas vezes, mas também pode ser controlada.. Respire fundo, reze se for preciso, mas não sucumba, até porque se desistir uma vez, será bem complicado acreditar que isso não acontecerá de novo. Já, se enfrentar a sua mente, da próxima vez, lembrará que saiu vencedor da batalha e aí sim, a guerra está no papo!
#correrbempracorrersempre