Roberto Stael é o primeiro brasileiro no Deca Ironman Contínuo

Foram 38 km de natação, 1.800 km de ciclismo e 422 km de corrida.

É difícil traduzir em palavras o que vivemos nesses dias no Brasil Ultra Tri. Mas algumas marcas falam por si: 2.260 quilômetros percorridos, 219 horas e 39 minutos de atividade contínua e um lugar entre os gigantes da modalidade. Roberto Stael, ou como a gente o chama com carinho, Betão, acaba de completar o Deca Ironman Contínuo, finalizando em terceiro lugar geral, como melhor brasileiro da competição e com os novos recordes brasileiro e sul-americano no tempo total de conclusão.

Estive com ele do início ao fim. Não só como fotógrafo, registrando cada expressão, cada curva, cada pedaço dessa jornada. Estive como amigo, como irmão de estrada, como parte da staff que ajudou a manter a engrenagem girando. Dormimos pouco, nos alimentamos mal, nos molhamos, nos queimamos de sol, nos preocupamos, rimos e choramos juntos.

O Deca não é só uma prova física. É um mergulho profundo no que há de mais verdadeiro no ser humano: a persistência diante do caos, a fé quando o corpo falha, a amizade quando o silêncio pesa mais que as palavras. E o Betão mergulhou de cabeça nisso tudo.

Foram 38 km de natação, 1.800 km de ciclismo e 422 km de corrida. Mas o que se conta em números não descreve o que realmente foi: as madrugadas pedalando com o frio batendo no peito, os momentos de exaustão em que ele sentava no chão e fechava os olhos só por alguns segundos, os detalhes logísticos, o cuidado com cada refeição, cada troca de tênis, cada momento de silêncio.

Ele seguiu com foco absoluto. Mesmo quando as dores falavam mais alto. Mesmo quando o corpo dava sinais de desgaste. O objetivo era claro desde o primeiro dia: chegar até o fim — e fazer história.

E ele fez.

Fez com humildade, com força, com coragem e com o coração. Fez porque se preparou, mas também porque acredita. Acredita no que carrega dentro dele e nas pessoas ao redor. Ele não correu sozinho. Levou com ele a força da família, dos amigos, da equipe, de quem torceu à distância, de quem nunca deixou de dizer “vai, Betão”.

Agora, com a prova concluída, ele entra para um seleto grupo de atletas no mundo. Mas, pra mim, que estive ali vendo tudo, ele entra num grupo ainda mais raro: o dos que inspiram, os que não precisam vencer os outros — apenas vencem a si mesmos.

Eu vi acontecer. E é por isso que eu conto.

Essa história é dele. Mas é também um pouco de todos nós.

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