Selecionado entre 12 pessoas no mundo, corredor Ricardo Almeida participa do desafio Unogwaja

Atletas de cinco diferentes países foram escolhidos para percorrer 1.700 km em 11 dias para arrecadar fundos para a África do Sul

São Paulo, outubro de 2017 – “Nunca, em toda a minha vida, participei de nada tão forte quanto isso.” Esse é o sentimento de Ricardo Almeida, executivo, atleta e um dos 12 selecionados no mundo para participar do desafio Unogwaja e, consequentemente, da Comrades Marathon, na África do Sul. A aventura acontecerá de 30 de maio a 10 de junho de 2018 com objetivo de arrecadar fundos para o país – serão 1.650 km de ciclismo nos 10 primeiros dias e outros 89 km de corrida no dia seguinte.

Historicamente, o desafio Unogwaja nasceu a partir da experiência do corredor Phil Masterton-Smith, que venceu a Comrades em 1931. Dois anos depois, em 1933, ele se viu sem dinheiro para comprar a passagem de trem de Cidade do Cabo, onde morava, até a largada da ultra, em Pietermaritzburg. O que ele fez? Arrumou uma bicicleta e pedalou por 1.660 km, cruzando a África do Sul de ponta a ponta, até chegar na largada. Phil não venceu a prova nesse ano, mas sua determinação acabou o transformando em lenda.

Anos se passaram até que, em 2011, um grupo de sul-africanos liderado por John McInroy se inspirou na jornada de Phil e decidiu reeditá-la como um evento beneficente, cruzando o país em busca de doações para comunidades carentes. O evento se repetiria todos os anos a partir daí – e sempre com a mesma configuração: 10 dias cobrindo 1.660 km de pedal (desafio Unogwaja) seguidos pelos 89km da Comrades no décimo-primeiro dia.

A arrecadação também funcionou: até hoje, os Unogwaja já somaram milhões de Rands (moeda local) em todo o mundo – montante que cresce também por conta da exposição internacional que o grupo vem recebendo. Os 12 atletas selecionados em todo o mundo se responsabilizam por conseguir, individualmente, pelo menos 50 mil Rands (ou aproximadamente R$ 12 mil).

“O mais importante é que esses 11 dias serão apenas uma parte de um projeto muito, muito maior. A jornada em si já começou e tem como objetivo máximo a arrecadação conjunta de centenas de milhares de reais, a partir dos nossos próprios suores, para doar a instituições filantrópicas e ajudar pessoas em situações de miséria que até nós, daqui do nosso País tão desigual, temos dificuldade em vislumbrar”, explica Almeida.

 

Arrecadação do projeto Unogwaja: Ultras pela África

 O projeto de Ricardo Almeida para arrecadar fundos inclui um livro que tem o enredo em torno da Comrades. Serão, na prática, três histórias que se cruzarão em um determinado ponto. A primeira história será a de Phil Masterton-Smith, mais jovem vencedor da Comrades, com 19 anos, em 1931. A segunda será a de John McInroy, fundador da versão moderna dos Unogwaja, que influenciado pela história de Phil recriou seu feito em forma de desafio beneficente. E a terceira parte é a história do próprio Almeida, que relatará os feitos de “um corredor comum” que se apaixonou pela Comrades e conseguiu o feito histórico de participar deste grande evento.

“Nos três casos haverá histórias de sonhos, de superação, de dedicação. Haverá o mesmo pano de fundo unindo perspectivas pessoais separadas pelo tempo e pelo espaço. As histórias do Phil e do John, claro, já estão trilhadas – pelo menos sob a perspectiva do livro. A minha, no entanto, será finalizada apenas quando eu cruzar a linha de chegada da Comrades 2018, depois de ter percorrido o mesmo caminho dos Unogwaja e de ter me misturado a eles nessa história tão sensacional”, reforça Almeida.

As pessoas podem colaborar diretamente pelo Catarse – todo o dinheiro arrecadado com o livro irá para caridade, ajudando outras histórias no continente africano a serem escritas.

 

Sobre Ricardo Almeida

 Em 2008, no auge do estressado sedentarismo da vida corporativa de São Paulo, Ricardo Almeida foi diagnosticado com seis tumores no fígado. Havia uma solução de curto prazo – operar – e outra, de longo – mudar de estilo de vida.

A cirurgia em si aconteceu dias depois e, apesar de todos os riscos, deu certo. A mudança de vida, no entanto, ainda levou alguns anos. Em 15 de março de 2011, com a gravidez da esposa, Almeida decidiu que estava na hora de realmente mudar tudo para que pudesse viver com a família.

Começou a correr e nunca mais parou. De passo em passo, foi rodando pelas ruas do mundo e correndo provas de 5K, 10K, meias e maratonas. Depois foi descobrindo que correr por horas a fio é um dos exercícios mentais mais sofisticados que existem – e mais eficazes. Participou da ultra, a Two Oceans, na Cidade do Cabo, em março de 2013. Em junho de 2014, fez a primeira Comrades. Foram diversas outras provas e aventuras mundo afora, nunca mais parou.

Confira aqui toda a história e provas de Ricardo Almeida.

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