SINDROME TRATO ILIO TIBIAL

POR LUCIANA GARMS – A Sindrome do Trato Ilio Tibial é um quadro clinico relativamente comum no esporte , acometendo com mais frequencia atletas de corrida e ciclismo.

O Trato Ilio Tibial é uma banda ou fáscia muscular que se estende do osso iliaco , na altura do quadril, percorrendo face lateral da coxa e joelho e inserindo na tíbia proximal em uma região chamada de Tubérculo de Gerdy.Essa estrutura tem uma importante função de estabilizar o quadril e o joelho e auxilia a musculatura do quadriceps e ísquio tibiais na extensão e flexão da perna .

A Sindrome do Trato Ilio Tibial ocorre por uma inflamação dessa estrutura por atrito constante no condilo femoral lateral, na altura do joelho, durante  movimentos repetidos de flexão e extensão. Isso ocorre habitualmente por sobrecarga de treinamento, uso de calçados inadequados, podendo estar associado a fraqueza de grupos musculares que realizam a flexão e extensão dos joelhos , o que faz com que o Trato faça uma compensação dessa insuficiência. Outras causas podem estar associadas a desvios rotacionais  nos membros inferiores propiciando esse atrito; musculatura  flexora e extensora encurtadas em conjunto com pouco alongamento dessa fáscia muscular e musculatura do quadril ( glúteos) também são fatores causadores desse quadro clinico.

Dor e queimação em região lateral do joelho é uma queixa comum , e pode estar associada a dor lateral também no quadril. A dor ocorre no inicio do exercicio e tende a piorar com a progressão e repetição da flexão e extensão do joelho, chegando em alguns casos a limitar e interromper a atividade física. A dor melhora ao repouso.

O diagnóstico é feito fundamentalmente pela avaliação clinica e exame físico, podendo associar exames de imagem como ultrassonografia e Ressonância Magnética.

O tratamento é conservador com repouso , uso de medicamentos antiinflamatórios e com reabilitação com fisioterapia, e posterior associação de exercicios  de alongamento da fáscia muscular e exercicios de fortalecimento e propiocepção  para equilibrio articular.

O retorno ao esporte deve ser gradativo no final da reabilitação da fisioterapia, com supervisão médica e do treinador. Não havendo dor e não havendo limitações ao movimento esportivo, seja na corrida, seja na bike, o atleta é orientado a retomar seu treinamento. Ao retorno completo ao esporte, deve-se manter atenção a não recidiva do quadro clinico , com readequação de treinamento se necessário , acerto no bikefit , acerto de calçados na corrida e atenção local na manutenção do alongamento e fortalecimento muscular.

 

Luciane Garms – Médica ortopedista especialista em Medicina Esportiva. Formada em medicina na cidade de Botucatu pela Universidade Estadual Paulista, aonde se especializou em ortopedia. Também tem especialização em Traumatologia Esportiva pela Universidade Federal de São Paulo. Hoje atua na área de ortopedia, cuidando das lesões musculo-esqueléticas, mas principalmente, tratando das lesões relacionadas ao esporte. Além da profissão, Luciane é atleta, pratica maratona e ultramaratona de montanha e corrida de aventura.

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