Exemplo de superação: Rodas para viver e voar

Ele foi um dos melhores atletas de escalada esportiva no Brasil, mas há 9 anos um acidente de carrodiogo mudou a sua vida. Mas o curitibano Diogo Ratacheski não desistiu – superou as dificuldades e se reencontrou em um novo esporte, a corrida em cadeira de rodas. Em entrevista ao Go Running, o atleta conta como é a sua rotina de treinos de corrida e natação, qual foi a emoção e as dificuldades na conquista do segundo lugar na Maratona de Curitiba 2015 – uma das mais difíceis do Circuito Caixa, além de falar sobre o projeto “Rodas para Voar”, criado há 3 meses e que já tem mais de 1.800 fãs e quais são os seu planos para 2016.

Você já foi um dos melhores escaladores do Brasil e hoje está no caminho para ser o melhor corredor no seu segmento. No que o seu aprendizado com a escalada te auxilia na corrida?

Foram muitos anos de dedicação à escalada esportiva e quando penso sobre como este esporte contribuiu para melhorar meu desempenho na corrida com a cadeira de rodas, me vem logo à cabeça palavras como, determinação, coragem, foco, força, entre outros conceitos fundamentais e definitivos para um escalador.

A escalada me fez crescer tanto mental quanto fisicamente, com certeza ela me tornou mais forte, me preparando para os desafios que estariam por vir e que hoje estão diantes de mim.

Há 9 anos atrás você sofreu um acidente que mudou sua vida. Como foi superar essa fase difícil e como o esporte te ajudou?

Superar esta que foi a maior imposição que a vida me apresentou não foi uma opção, e sim a única forma de seguir em frente. Nesse processo uma das maiores dificuldades com certeza foi me reencontrar no esporte, achar algo tão motivante quanto à escalada.

Desde que me conheço por gente sempre estive envolvido no esporte, a percepção que tenho é que uma parte de mim estava escondida desde o acidente e durante a trajetória da minha recuperação e agora aflora novamente, graças a este prazer que sinto por poder praticar um esporte que alimenta e rejuvenesce meu espirito.

Em que momento você percebeu que poderia continuar sendo atleta e como isso aconteceu?

Sem dúvidas devo muito disto a Alexandra, minha esposa, que sempre me incentivou a buscar algo que trouxesse de novo aquele brilho nos olhos que estava me faltando, ela foi a grande responsável por isto.

Percebi que poderia continuar sendo atleta quando encontrei um esporte que me motivasse como a natação e corrida me motivam dia após dia. O momento que isso aconteceu foi quando encontrei a pessoa que acreditou que isso seria possível, tenho que agradecer muito a minha coach Vanuza Maciel e ao Team Vanuza Maciel por todo seu comprometimento com meu objetivo.DCIM100GOPRO

Como nasceuo projeto “Rodas para Voar” e o que te motivou a criá-lo?Depois que me envolvi numa rotinacom os treinos de corrida e natação, ficamos com vontade de mostrar isso para o mundo, que vissem o que eu estava fazendo, para motivar outraspessoas com ou sem condições especiais a se engajarem a ter uma vida ativa e saudável através do esporte.

A página do Facebook do “Rodas para Voar” já supera a marca de 1.800 fãs. Você acredita que esse projeto ajuda outras pessoas a superarem suas dificuldades através do esporte?

Então, muito legal isso, nossa página irá fazer três meses e já estamos com essa marca no Facebook. No Instagram ainda estamos amadurecendo, mas estamos lá também (@rodasparavoar). Muito felizes por isso.

Tenho certeza que sim, pois recebemos muitos feedbacks demonstrando que estamos no caminho certo, que para nós é motivar e incentivar, demonstrando para as pessoas que nos seguem, ao nosso modo de ver, o sentido da palavra superação, seja através do esporte, quanto em nosso dia a dia, com a rotina de trabalho, viagens e tudo mais. 

Você acabou de ganhar o segundo lugar na Maratona CAIXA de Curitiba 2015. Como é sua rotina de treino?

Minha rotina de treinos é intervalada em duas sessões diárias de segunda a domingo, sempre com natação (que ainda é meu ponto fraco), intercalando com corrida e treinamento funcional, uma vez na semana ainda pratico jiu-jitsu como trabalho complementar. Os treinos duram de uma a duas horas cada sessão, o que considero bem puxado, já segundo a minha coach, tenderá a piorar a medida de minha evolução!

Durante esse ultimo mês, fizemos um trabalho mais focado para a maratona de Curitiba, então meu treinamento mudou um pouco, pegando mais pesado nas corridas, com distâncias superiores a 20 km por treinos.

Qual foi a sensação de competir sua primeira maratona – Maratona CAIXA de Curitiba 2015?

Não foi um domingo qualquer. Com certeza uma experiência única poder completar a maratona de Curitiba com seus 42 km de subidas e descidas em uma cadeira de rodas comum, ainda mais com o tempo de 3:59:22 nesta que é considerada a prova mais dura do Circuito Caixa.FB_IMG_1448054937173

Teve um gosto muito especial, visto que aconteceram coisas na semana anterior que aguçaram o sabor da vitória. Minha inscrição foi suspensa, pois

Durante a prova a cadeira de atletismo emprestada durou os primeiros 2 km, dando problema novamente, e graças ao meu fisioterapeuta e amigo Daniel Kuriu, que trouxe a minha cadeira de rodas de uso diário, aí sim, segui pelos outros 40 km conseguindo concluir a prova.

Quais suas metas para o futuro?

Em 2016 pretendo participar de provas de paratriathlon no circuito nacional e internacional, tenho como principal objetivo até 2017, ser o segundo paratleta cadeirante brasileiro a completar uma prova de IRONMAN, e me converter no primeiro paratleta cadeirante brasileiro na história a alcançar uma vaga para o campeonato mundial, no Havaí. As distâncias compreendidas nas provas oficiais de IRONMAN são respectivamente 3.8 km de natação, 180 km de ciclismo e 42 km de corrida.

Mas isso tudo depende de fatores que ainda estão além da minha vontade, pois para conseguir alcançar esse que é meu objetivo, ainda preciso de subsídios para a aquisição de dois equipamentos essenciais para poder participar destas provas de endurance. Um deles é a cadeira de atletismo (como aquela que quebrou durante a prova) e o outro é a Handbike que é bicicleta.

Como os equipamentos de que preciso para a prática do paratriathlon possuem um custo elevado, o projeto Rodas para Voar também visa a obtenção de patrocinadores para viabilizar a aquisição destes materiais para assim eu poder participar e me qualificar nas competições de nível nacional e internacional existentes.

Por trás de uma pessoa que supera desafios, como você, há também quem o apoie. Quem são as pessoas que você gostaria de agradecer?

Realmente, nós não construímos nada nesse mundo sozinhos, e comigo não é diferente. Existe pessoas comprometidas com meu projeto e devo muito a todas elas.

Agradecer a minha esposa Alexandra que sempre me incentivou a me reencontrar no esporte, me dando todo o incentivo necessário para me dedicar a essa busca; Minha família que nunca deixou de acreditar, apesar de todas as adversidades; Aos verdadeiros e velhos amigos, que me ajudaram a chegar até aqui; A Giuseppe Musella, companheiro de treinos que está sendo um grande motivador, tanto pelo seu exemplo de dedicação ao esporte, quanto pelo incentivo e suporte que dá a mim e ao meu projeto; Ao team Vanuza Maciel que hoje faz parte de algo especial que faltava em minha vida; A minha Coach Vanuza Maciel, que representa atualmente para mim o maior exemplo de superação e determinação no esporte, que acabou de conquistar uma vaga para o mundial de Kona, no Havaí em 2016, onde um dia, se Deus quiser, pretendo chegar.IMG_20150929_081754795

Algum recado que gostaria de deixar para quem está lendo está entrevista?

A missão do projeto Rodas Para Voar é se tornar um importante canal de comunicação para mostrar ao mundo que nossas limitações físicas são apenas, e nada mais que barreiras psicológicas, e quando as rompemos, o céu é o limite.

Como diz aquela frase do poeta francês Jean Cocteau “Ele não sabia que era impossível. Foi lá e fez”. Acredito com todas minhas forças nisso, não que eu pretenda ir até a lua, mas como é bom romper paradigmas, a se é…

Quem quiser fazer parte desse projeto e me ajudar a buscar esse sonho, visite nossa página no Facebook e Instagram e deixe o seu recado, mostre aos seus amigos, a alguém que possa ajudar através do meu exemplo. Conto com cada um de  vocês, um grande abraço.

 

Quem gostou da história do Diogo e quiser ajudá-lo no seu sonho de competir em outras provas de maratona e de endurance triathlon (Ironman), pode ajudar na campanha que tem o objetivo de viabilizar a compra dos equipamentos necessários para que ele possa se qualificar e participar destes eventos. 

Para contribuições: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/rodas-para-voar

 

Links para projeto Rodas Para Voar:

Instagram: @rodasparavoar

Facebook: https://www.facebook.com/Rodas-para-Voar-1647345788830953/?ref=hl

 

 

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